08/03
Dia da Mulher. As mulheres são a principal força de trabalho da saúde, representando 65% dos mais de seis milhões de profissionais ocupados no setor público e privado. Os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que elas são maioria tanto nas atividades diretas de assistência em hospitais quanto na Atenção Básica à Saúde. Os números foram compilados pela Estação de Pesquisa de Sinais de Mercado, do Núcleo de Educação em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Minas Gerais.
A Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora reflete esses números. Na instituição, dos 2.537 colaboradores, 1.882 são do sexo feminino, o que representa 74,18%. Neste 8 de março, Dia da Mulher, destacam-se o protagonismo feminino no setor e a participação efetiva das mulheres nas experiências exitosas.
“As mulheres no setor de saúde são a força feminina no mercado mais importante do mundo. Mesmo diante dos inúmeros desafios que se desenham a elas, várias profissionais alcançam um lugar significativo no setor de saúde, atuando em diversas frentes e mostrando sua capacidade técnica e intelectual”
Dr. Renato Loures
Presidente da Santa Casa de Juiz de Fora
Silenciosa e quase imperceptivelmente, as mulheres tecem uma imensa rede de solidariedade que acolhe diariamente muitas pessoas, justamente nos momentos delicados de grande fragilidade e sofrimento. Para homenageá-las no Dia da Mulher, a Tribuna ouviu cinco profissionais da Santa Casa de JF, para saber os desafios que vivenciam dentro deste campo. A saúde é uma área do saber que explora o lado da humanização, do cuidar.
Humanidade é o que predomina nas falas destas mulheres escolhidas para representar as quase duas mil profissionais que diariamente prestam seu tempo, serviço e cuidado à instituição e aos pacientes da Santa Casa de JF. Elas nos inspiram e são referências para muitas outras pessoas.
Obrigada a todas as Bernadetes, Cláudias, Maras, Simones e Juçaras por cada dia que se dedicam a nós – Santa Casa – e à manutenção da vida. Essa luta diária de reconhecimento dispensa flores e mimos cor-de-rosa e afirma a importância da mulher como ser humano autônomo, consciente do seu valor, conjugando força com afeto, coragem com compreensão. É com auxílio delas que a instituição detém muitos selos e acreditações, sendo referência em saúde em todo território brasileiro.
“Vivi mais metade dos meus 67 anos dentro de hospital, contribuindo e ajudando mães em um dos momentos mais lindos na vida de uma mulher: o nascimento de um filho. Entrei na Santa Casa como servente e, por incentivo da minha mãe, me apaixonei em ajudar as pessoas. Tenho muita admiração, respeito e carinho por todas as mulheres que passaram por aqui e que tive o prazer de conhecer e auxiliar. O sentimento diário é de amor. Amor pela vida, pelo trabalho. Me tornei uma guerreira, contribuindo com a saúde das mães e dos seus filhos. Quando eu tinha 15 dias de Santa Casa, assisti o primeiro parto, e foi um dos dias mais lindos da minha vida. Mesmo não tendo sido mãe, tenho prazer enorme em trabalhar na maternidade. Toda vez que vejo um parto, é como se começasse uma vida nova para mim”
Bernadete da Conceição
Técnica de enfermagem
“Em novembro de 1997 iniciei no Setor de Recrutamento e Seleção. Os desafios são diários na gestão de um grande hospital. Mas tenho capacidade de ouvir para solucionar conflitos. Acredito que o espírito materno influencia neste processo, pois a mulher consegue interagir com o sistema, demonstrando sua vivência como mãe, na relação de quem acolhe e quem é acolhido, com sensibilidade, serenidade e zelo para com o outro. O segredo da ascensão da mulher em um mercado dominado por homens é a tradução da competência profissional e ética em respeito. Nos 24 anos de trabalho na Santa Casa, presencio e presenciei transformações no cuidar e atender o próximo, sem distinção, sendo grata por cada segundo, pelos profissionais engajados e comprometidos, me orgulhando de fazer parte ativamente desta equipe e comemorando todas as conquistas trazendo minha contribuição”
Cláudia Maria Ribeiro Marques
Superintendente adjunta
“A mulher influencia no cuidado, pois tem um jeito especial de ouvir e, com isso, toma atitudes mais ponderadas. Não acredito que tenha algo fácil ou difícil, há situações que nos tomam mais tempo, pois somos mais ponderadas para tomarmos atitudes corretas. Era uma adolescente sonhadora que sempre quis trabalhar na área de saúde. Hoje sou uma profissional que ama assistência, esposa que teve o melhor parceiro de vida que me ensinou ainda mais a amar minha profissão e me deu as duas pessoas mais importantes da minha vida e hoje gerencia uma equipe de enfermagem da qual tenho muito orgulho”
Mara Lúcia Wellerson Sott Daldegan
Responsável técnica de enfermagem
“A minha história começa com um sonho em uma pequena cidade, Visconde do Rio Branco, onde estudei até completar o ensino médio. Ingressei na UFJF em 1991 e formei no final de 1996. Um marco em minha vida foi o quando entrei no corpo clínico da Santa Casa em 2009, onde tive oportunidade de crescimento profissional e reconhecimento por parte da instituição. Penso que meu trabalho vem para ajudar a solidificar a presença da mulher no setor de saúde, impactando de forma positiva a realidade da instituição, trilhando por um caminho aberto por outras mulheres. Meus últimos 10 anos de vida e trabalho estão associados à vivências nesta unidade. Na minha especialidade, nosso trabalho vem sendo contínuo e vem contribuindo para a história do país, da saúde das pessoas e da vida de cada trabalhador da saúde. Neste período tivemos epidemias de dengue, febre amarela e agora da Covid-19. A Santa Casa é referência em saúde, e me sinto feliz em trabalhar aqui todos estes anos e poder contribuir para uma saúde melhor para todos. A mulher é intrinsecamente mais atenta, carinhosa e acolhedora, portanto leva o exemplo e a prática do acolhimento ao setor de saúde”
Simone Lopes de Almeida Pifano
Coordenadora do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar da Santa Casa
“Todo sonho de todo mundo que passava pela Rio Branco era trabalhar na Santa Casa. O meu não era diferente. Eu entrei em 1980 e amo o que faço. Gosto da minha burocracia. A cada ano que passa, há muitas novidades. Os processos evoluíram muito. A Santa Casa é muito boa”
Juçara Aparecida Pereira de Souza
Auxiliar administrativo