27/03

Médicos da Santa Casa participam de Sessão Clínica sobre morte encefálica

 

No dia 1º de março aconteceu uma sessão clínica no hospital Monte Sinai, evento que recebeu Rafael Rabello, médico regulador da Central Nacional de Captação de Doação de Órgãos (CNCDO), para falar sobre as mudanças na Nova Resolução de Morte Encefálica.

 

O debate terminou com uma proposta de formação de um grupo de estudo para buscar soluções que permitam aumentar a notificação e captação de órgãos. O objetivo será de melhorar os resultados das aberturas de diagnóstico de Morte Encefálica em Juiz de Fora e, consequentemente, a captação de órgãos para transplantes.

 

Rafael Rabello mostrou todos os detalhes da atualização da resolução que define os critérios para a confirmação de morte encefálica, definida recentemente pela Confederação Nacional de Medicina (CFM), que incorpora leis mais atuais sobre os transplantes, facilita a abertura do protocolo do diagnóstico, quais profissionais podem atuar e como devem conduzir cada um dos passos. Mesmo diante de dados muito técnicos, o médico regulador teve uma plateia atenta composta por representantes das Cihddots de vários hospitais, de médicos intensivistas, fisioterapeutas, psicólogos, fonodiólogos e enfermeiros, além de profissionais de diversas especialidades envolvidos nas equipes de transplantes do Monte Sinai e da Santa Casa JF.

 

O interesse e a presença tão expressiva despertou a iniciativa de formação de um grupo para ajudar a melhorar a atuação das Comissões nos hospitais e, consequentemente, o resultado dos transplantes. A proposta partiu do nefrologista Gustavo Ferreira, responsável pelo Ambulatório Pré-Transplante Renal da Santa Casa JF, e foi prontamente endossada por todos os que se manifestaram durante o debate. Ele pontuou a realidade do baixo índice de captações, de 11,2%, em Minas Gerais, que deixa o estado atrás até da região Norte, que tem o Acre, por exemplo, se despontando no bom resultado do volume de transplantes.

 

O médico Gláucio Souza, responsável pelo transplante de fígado da Santa Casa JF, reforçou que o problema da baixa captação não está na falta de famílias com interesse na doação - ele lembrou que o índice de recusa em Juiz de Fora é de menos de 36%, uma média menor que a referência nacional. E lembrou que a cidade está há 60 dias sem um caso de captação para transplante de fígado e rim, sendo a última com paciente de morte encefálica registrada no dia 29 de dezembro. “O problema está nas nossas UTIs e precisamos de uma mudança de paradigma para reverter esta situação”, frisou.

 

E é justamente com este objetivo que uma lista de interessados foi formada na própria sessão clínica para reunir as pessoas dispostas a buscar soluções. Algumas ideias já começaram a surgir para mudar os processos de abertura e execução dos protocolos A primeira reunião do foi na quinta-feira, 8 de março, às 19h30.

 
 
 

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