09/07
O Brasil possui o maior programa público de transplante do mundo e a Santa Casa de Juiz de Fora é o segundo maior polo transplantador de Minas Gerais, segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). O hospital é credenciado para transplante de fígado, rim, pâncreas e córnea e nos seis primeiros meses de 2019 superou sua média semestral.
Entre janeiro e junho, foram 62 transplantes de órgãos abdominais: 58 de rim, três de fígado e um de pâncreas/rim. Para o nefrologista e coordenador da Unidade de Prática Integrada de Transplantes, Dr. Gustavo Ferreira, com esta progressão, ao final do ano a Santa Casa chega a 100 procedimentos – o recorde atual é de 2018, com 92 transplantes.
Dados do mais recente Relatório Brasileiro de Transplantes (RBT) feito pela ABTO, apontam que no primeiro trimestre deste ano foram 1.999 órgãos abdominais transplantados no país, sendo 512 fígados, 39 pâncreas e 1.448 rins. Já no estado, foram 144 transplantes renais, 29 de fígado, 3 de pâncreas/rim.
Dando a vida (pela segunda vez)
Toda mãe dá vida ao filho no nascimento e liberdade conforme o bebê cresce e fica adulto. Só que a Anne Esteves, fez isso duas vezes: sua filha Priscila Dias, de 26 anos, descobriu que tinha uma doença renal chamada Nefropatia por IgA. O tratamento com medicação não surtiu o efeito desejado e há três meses ela precisou de fazer diálise e entrou para a fila de transplante renal.
Assim que o transplante foi indicado Anne fez os exames para avaliar a possibilidade em doar um rim para filha. Ela foi a única pessoa a fazer o teste de compatibilidade tamanha confiança de que poderia ser a doadora. “Desde que ela adoeceu eu quis doar meu rim, foi maravilhoso conseguir. Sinto que não só dei vida a ela novamente, mas também liberdade. Só quem faz diálise sabe que se tem que abrir mão de muita coisa por conta do tratamento”, conta Anne.
Modernização para salvar mais vidas
O Centro Cirúrgico da Santa Casa de Juiz de Fora possui 12 salas de cirurgia, duas delas prioritárias para transplante. A equipe médica é composta de anestesistas, cirurgiões, hepatologistas, intensivistas e clínicos gerais, além da enfermagem.
O cirurgião do aparelho digestivo, Gláucio Souza, explica que o trabalho em conjunto faz toda a diferença. “Nossa equipe multidisciplinar é muito preparada e experiente na realização de transplantes. O grande volume que temos feito nos últimos anos contribui para o sucesso do procedimento. Esses resultados são fruto de um amadurecimento da Santa Casa na realização de transplantes”, diz.
Após a cirurgia e o tempo de recuperação no CTI, os pacientes vão para a Unidade de Prática Integrada de Transplante, formada por profissionais médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, nutricionistas, fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais, auxiliares administrativos e farmacêuticos, todos como foco na segurança do paciente, humanização, melhores resultados e redução de custos. Tudo isso faz com o que o leito gire mais rapidamente e mais pacientes possam ser beneficiados.