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Na última quinta-feira, dia 12 de agosto, o cardiologista intervencionista Antônio José Muniz convidou o Dr. Evandro Martins Filho, cardiologista intervencionista da Santa Casa de Misericórdia de Maceió, com experiência em intervenção coronária complexa para participar da realização de três procedimentos de altíssima complexidade em pacientes idosos portadores de obstrução total crônica da artéria coronária.
Apesar do Sistema Único de Saúde ainda não cobrir os custos do procedimento, um dos pacientes foi beneficiado por esta moderna técnica, mesmo não tendo plano de saúde ou recursos financeiros. "Para nós é uma satisfação profissional saber que podemos fazer a diferença e beneficiar na qualidade de vida de um paciente. No passado, era muito arriscado tratar este tipo de paciente, seja pelos riscos inerentes à idade, seja pela dificuldade em se desobstruir uma artéria há muito oclusa por placas de gordura. Mas, hoje essa realidade mudou", explica doutor Evandro Martins que, junto com sua equipe, já realizou mais de cem cirurgias deste tipo. O médico acrescentou ainda que: "Hoje possuímos a mais moderna tecnologia existente nos principais centros do mundo. Porém, é importante reforçar que cada caso é um caso e que por trás desta mesma tecnologia precisam estar mãos hábeis".
Técnica japonesa favorece idosos
Imagine manusear dois fios da espessura de um fio de cabelo e introduzí-los no organismo por meio de duas incisões na virilha? Depois você precisará guiá-los através do complexo túnel de vasos sanguíneos até chegar ao coração. E olhe que essa é a parte mais fácil.
O mais desafiante vem a seguir. Por meio de um monitor, que reproduz imagens geradas por raios-x, a missão é tentar desobstruir uma artéria coronariana localizada na parede de um dos músculos cardíacos. Para complicar ainda mais a missão, você terá pela frente uma placa de gordura que se solidificou há anos e vem prejudicando o funcionamento do coração. Você terá de atuar nos dois lados da artéria.
Agora, o maior desafio: fazer todo esse trabalho sem perfurar o vaso sanguíneo, o que levaria a uma hemorragia interna e levaria o paciente a óbito. Conseguindo perfurar a placa de gordura, o último passo é instalar um "stent" (espécie de mola expansível) para evitar sua oclusão novamente.
Esse é o trabalho nada fácil realizado pela Cardiogologia Intervencionista e que foi desenvolvido e aperfeiçoado no Japão. O cardiologista Evandro Martins Filho relata que os japoneses acreditam que a alma de uma pessoa parte quando seu peito é aberto, portanto, cirurgias são evitadas ao máximo. Daí a busca por métodos alternativos capazes de remover obstruções cardíacas sem a necessidade de cirurgia.
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