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Barão da Bertioga recebe título de Cidadão Benemérito

 

 

 

Foi aprovado no último dia 10, pela Câmara Municipal, o projeto de lei do vereador Fiorilo que concede o título “post mortem” de Cidadão Benemérito de Juiz de Fora a José Antônio da Silva Pinto, o Barão da Bertioga. O cafeicultor fundou a Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, em 1854, com intuito de acolher e dar assistência aos mais necessitados.

 

 

De acordo com o presidente da Instituição, Dr. Renato Villela Loures, o título reitera a importância de um dos maiores benfeitores da cidade e confirma a relevância da Santa Casa para Juiz de Fora e região. “Esta honraria ao Barão, que fundou a nossa Santa Casa, revela, ainda mais,  a grande importância deste complexo hospitalar para a promoção da saúde da população”.

 

 Um dos colaboradores da Instituição, que incentivou a criação do projeto de lei, foi Marcos Antônio Rosa, que é responsável pelo Museu da Saúde da Santa Casa desde 2009. “Quando começamos a estudar de forma aprofundada a história do hospital para o processo de integração dos novos colaboradores, descobrimos o quanto ele foi importante, não só para a Santa Casa. Foi quando levamos a história ao vereador, Dr. José Mansueto Fiorilo, que prontamente compreendeu e engajou-se neste objetivo”. Marcos Rosa faz parte do quadro de funcionários há 17 anos. 

 

 

 

 

 

 

 

História do Barão

Ainda jovem, Silva Pinto, casou-se com Maria José Miquelina Da Silva. 

Foi proprietário da Fazenda Soledade em Matias Barbosa/MG, sendo um dos pioneiros no plantio de café na região, tendo sido preservada até hoje a propriedade rural, com resquícios da cafeicultura. 

 Por volta de 1830, transfere sua residência para a Vila de Santo Antônio do Paraibuna, vindo a morar num casarão edificado na esquina das Ruas Dr. Romualdo e Barão do Rio Branco, servindo de habitação, também, para os primeiros habitantes (médicos, juízes, comerciantes e outros), que migravam para a Vila. 

Nesta época, SILVA PINTO constrói a Capela Senhor dos Passos, em terreno doado para esta finalidade, tornando-se uma pessoa muito influente e envolvida com as necessidades das pessoas, se posicionando na dianteira de todas as iniciativas. 

 Em 02 de abril de 1852, adquiriu um terreno do Capitão Antônio Dias Tostes, ao lado da Capela Senhor dos Passos, destinado a edificação da Casa de Caridade para atender aos mais necessitados, que passou a funcionar em 1854. 

Com o seu espírito empreendedor, foi responsável pela construção do 1º Teatro de Juiz de Fora e o 3º de Minas Gerais, denominado "Teatro Perseverança", incentivando a cultura e a arte para a sociedade da época. 

 Foi nomeado Presidente Honorário e Perpétuo da Sociedade Progresso da Vila de Santo Antonio do Paraibuna. 

 Em 07 de abril de 1853, realizou-se a primeira reunião da Câmara Municipal da Cidade de Paraibuna, e SILVA PINTO eleito Vereador pela primeira vez.


Ainda no ano de 1853, fez doação em dinheiro para a construção do Cemitério Municipal. 

Em 1855, Bertioga presidiu a 1ª Reunião da Sociedade Promotora dos Melhoramentos Materiais da Vila de Santo Antonio do Paraibuna, sendo escolhido para a presidência da entidade. Neste mesmo ano, tendo a Vila sido assolada por uma epidemia de "cólera-morbus", ele sensibilizado muito colaborou com a campanha de combate à epidemia. 

Em 1856, foi eleito Vereador pela segunda vez, mas foi obrigado a recusar a nomeação por questão de saúde, tendo dirigido uma carta ao Presidente da Câmara, Vereador Paula Lima, reafirmando o seu compromisso de continuar a prestar serviços à comunidade. 


Em 1857, construiu uma coluna hidráulica para os moradores do Alto dos Passos, onde havia carestia de água. 

Em 1861, com a inauguração da Estrada União Industria, com a presença da Família Imperial, recebeu o Título de BARÃO DA BERTIOGA, conferido pelo próprio D. Pedro II, por seus méritos e público reconhecimento das ações caridosas praticadas em favor da sociedade. 

Nessa visita Imperial, D. Pedro II esteve na Capela Senhor dos Passos fazendo assim suas orações, depois percorrendo as instalações da Casa de Misericórdia, então construída e mobiliada pelo homenageado. 

Em 1865, Bertioga doou o hospital à Irmandade Senhor dos Passos, e com o seu falecimento em 1870 foi enterrado no Altar da Capela Senhor dos Passos. 

Ao completar 100 (cem) anos de existência da Santa Casa de Misericórdia, os seus restos mortais foram transferidos para o pátio interno da Capela, onde permanece até hoje. 

O Vereador Avelino Milagres, em sessão da Câmara Municipal de 21 de abril de 1866, solicitou que fosse prestada uma homenagem ao mesmo pelos serviços humanitários de dedicação aos mais carentes, mas veio o Grande Homem falecer sem ser homenageado pelo Legislativo Municipal. 

Fonte: http://isal.camarajf.mg.gov.br/scripts/salpx.dll/plti?pla=2010&plt=PLEI&pln=000212&pls=1&pld=%20-%20Projeto%20de%20Lei&plp=6347-00/2010, acesso em 28/01/2011.


 
 
 

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