20/04

Orquestra do Limiar desperta emoção e gratidão em apresentação no hospital

 

 Durante parte da manhã do dia 30 de março pacientes, familiares e funcionários do hospital participaram de um encontro especial. Ao longo de meia- hora foi possível se distanciar da rotina cansativa e dolorosa que é estar no ambiente hospitalar. Músicos da Orquestra do Limiar conduzida pelo maestro e médico Samir Rahme, realizaram pequenas apresentações simultâneas em quatro andares da unidade levando música de qualidade para aqueles que mais necessitam.  Às 13h, marcada por aplausos do público emocionado a apresentação da Orquestra aconteceu na Capela Senhor dos Passos.  Com duração de uma hora, foram executadas, pelos 14 músicos e instrumentistas, 11 composições de diferentes artistas nacionais e internacionais. Desde clássicos como Vivaldi e Mozart, passando pela harmonia de composições nacionais expressando o balanço do ritmo brasileiro e o colorido dos Beatles. 

 

Com simpatia e cordialidade, o maestro Samir Rahme  apresentava aos espectadores uma breve explicação sobre as composições. A surpresa ficou por conta da estreia da peça “Os Escravos de Jó” do juiz-forano Edmundo Villani- Cortês.  Em homenagem ao 87° aniversário do Cine Theatro Central, o maestro que é juiz-forano, pediu ao seu amigo também natural de Juiz de Fora, Edmundo Villani que compusesse uma melodia em homenagem à cidade. A peça que faz menção às lembranças de infância do compositor foi aplaudida de pé pelos espectadores.
Para finalizar o espetáculo, os músicos executaram a canção “Será”, da popular banda de rock Legião Urbana famosa nos anos de 80 e 90, nas palavras do maestro, “para homenagear os mais jovens que assistiram a apresentação”. No final do espetáculo o maestro atendeu ao público e distribuiu alguns autógrafos.
Lucimar Lima que sempre teve afeição pelo estilo clássico revela que a exibição da Orquestra foi digna de grandes concertos: “ a apresentação foi grandiosa, assim como as realizadas em grandes espetáculos!”
 
 
Edna Martha, que estava na cidade a passeio e veio à Santa Casa exclusivamente para assistir a orquestra ressalta a importância da iniciativa: “foi um momento muito especial, uma apresentação linda e o objetivo do projeto é grandioso.”
 
Acordes invadem as unidades de internação

 
Antes da grande apresentação na Capela, o maestro se reuniu com a diretoria da Santa Casa de Misericórdia, já os músicos, se subdividiram em quatro grupos para a realização simultânea de pequenas apresentações nos 3°, 6°, 11° e 13° andares do hospital. De acordo com o maestro Samir, além de levar música de qualidade a diferentes públicos, o programa é resultado de um trabalho bem elaborado que visa transformar o próprio projeto em remédio para o meio hospitalar: “sempre falo que música é medicamento para a alma e se você sabe escolher um repertório que revela a evolução do homem através da musicalidade, você realiza um trabalho que encanta essas pessoas fazendo com que elas tenham um momento terapêutico, alegre e de descontração que pode perdurar por muito tempo.”
 
 
  O momento foi marcado por muita emoção e gratidão, pacientes saíram de seus leitos acompanhados dos familiares para vivenciarem o momento, dito por muitos como um acontecimento único.  Colaboradores do hospital, por sua vez, aproveitaram o momento para a renovação das energias como revela Jurema Fedoceo, que trabalha no hospital há 23 anos  e caracteriza o momento como algo inédito: “ desde que trabalho aqui, essa foi a primeira vez que presenciei um momento como este, é algo muito especial que traz alegria e tira a carga pesada que é estar no hospital diariamente.”
 
 
Sandra Villanova do setor farmacêutico trabalha no hospital há nove meses, durante a exibição no 6° andar ela se emocionou ao relembrar que já assistiu uma apresentação da orquestra em um Hospital de São Paulo: “gosto muito de música clássica, já assisti uma apresentação como esta quando estive acompanhando minha filha que necessitava de cuidados médicos. É um momento muito emocionante, um alívio para quem assiste, só quem passa por essa experiência sabe o valor e significado disso, sendo ainda mais especial para os pacientes.”
 
 
Renata Martins que acompanha a filha de 12 anos, internada há 18 dias no setor de pediatria revela que a apresentação serviu como fonte de inspiração: “minha filha adora música, estamos no hospital há dias e essa apresentação ajuda aliviar as tensões e medos.”
Os pacientes que não puderam se locomover até os locais das exibições não ficaram de fora do concerto, já que as portas dos leitos permaneceram abertas para que as músicas chegassem até eles. Mesmo assim, tiveram àqueles que mesmo com as dificuldades de locomoção fizeram questão de vivenciar a apresentação de perto, como é o caso de Wesley Ribeiro de 37 anos:  “ estava ouvindo a música do quarto, mas quis vir até aqui para assistir de perto. É algo que ajuda na descontração e alivia as dores, foi lindo!”
 
 
De acordo com a equipe da Psicologia hospitalar, além da sensação de bem- estar e relaxamento que a música proporciona na vida daqueles que vivenciam a rotina hospitalar, esses momentos atuam como fatores na suavização da dor: “a rotina do hospital traz uma carga naturalmente mais pesada e cansativa, tais momentos como o que presenciamos ajudam na renovação de forças e energias, tanto para pacientes que são os mais necessitados, quanto para familiares e funcionários do hospital.”
 

 

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