06/01

Risco de doenças infectocontagiosas aumentam devido às enchentes

 

Com as fortes chuvas que estão caindo nas cidades mineiras nesta época do ano, aumenta-se o risco de doenças infectocontagiosas, devido às enchentes. Segundo o médico infectologista Guilherme Côrtes Fernandes, o contato com a água e a ingestão de alimentos contaminados por animais transmissores, como os ratos, ou por vírus e bactérias, pode gerar doenças como a leptospirose, hepatite A, diarreia e dengue. "A doença mais preocupante é a leptospirose, que é causada por uma bactéria encontrada na urina do rato e que pode entrar pela pele humana", destaca.
 
Já a hepatite A, é transmitida pela água misturada com esgoto humano. A diarreia aguda, é causada por bactérias, vírus e parasitas, além da febre tifoide, causada pela Salmonella typhi, uma bactéria encontrada nas fezes de animais. O médico alerta para que a população das cidades atingidas pelas chuvas tomem cuidado com a água da cidade. "As autoridades têm que assegurar que o fornecimento de água foi preservado. Além da água que é oferecida para todos os cidadãos, aquelas famílias que armazenam água no poço, também devem ficar em alerta", diz.
 
Além disso, um outro risco para os municípios é a proliferação do mosquito da dengue. "Quando passam as inundações, pode aumentar o número de pessoas infectadas pela dengue. Outras preocupações são com os ferimentos e machucados, que também podem ser infectados", afirma.
 
Prevenção
 
Fernandes salienta que a principal medida para impedir o contágio dessas doenças é evitar o contato com água ou lama de enchentes e impedir que as crianças brinquem nessas inundações. Porém, caso isto seja inevitável, é recomendável permanecer o menor tempo possível na água ou na lama. "Os indivíduos devem sair da água. Se o cidadão está dentro de casa e percebe que a casa está inundada, ele tem que sair imediatamente e não se preocupar com os materiais que vai perder", explica.
 
Ainda segundo o especialista, a atenção não deve ser redobrada somente quando a casa está sendo tomada pela água, mas no retorno à residência. "Quando o morador volta para a casa para limpá-la ou tentar recuperar algum objeto, ele deve se precaver, utilizando botas e luvas impermeáveis, evitando assim, o contato com a lama", explica.
 
De acordo com a bióloga do Departamento de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde da Prefeitura, Marta Juciara, após o recuo da água, os moradores devem deixar as casas abertas, para que não cause nenhum problema respiratório. Já o médico orienta que, em todos os casos, as pessoas devem procurar um especialista, imediatamente, uma vez que no país ainda não existe vacina para a leptospirose.
 
Beber somente água potável
 
As vítimas das enchentes também devem procurar beber sempre água potável, que não tenha tido contato algum com as enchentes, conforme orientação do infectologista. Segundo a bióloga, as vítimas de inundações devem procurar fazer o próprio tratamento dentro de casa, principalmente se tiverem crianças ou idosos, que tem um sistema imunológico mais fragilizado.
 
"Para garantir que a água é segura para consumo, o aconselhável é fervê-la por, ao menos, um minuto ou adicionar duas gotas de hipoclorito de sódio, com concentração de 2,5% [água sanitária] para cada litro de água. Após isso, a mistura deve descansar por meia hora, para matar as bactérias", explica. Essa água serve para beber e também para a lavagem dos alimentos.
 
Além do consumo, a limpeza dos utensílios domésticos, os móveis, paredes e os pisos da casa afetadas, também podem ser feitas com a mistura. "Para quatro litros de água, coloque um litro de água sanitária e limpe os objetos com um pano úmido." Marta alerta: "as pessoas devem ter um controle rigoroso com as proporções, para não ingerir mais do que o devido." Segundo ela, cerca de 90% das águas de má qualidade causam diarreia.
 
Fonte: acessa.com.br

 
 
 

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